quinta-feira, 23 de junho de 2011

A conversa...

São conversas como essa que faltam à humanidade. Leve, descontraída e despretensiosa. Ambas as partes compreendem-se e expressam seus sentimentos e intenções.

Assistam e reflitam!






Muito obrigado.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Mundo utópico

          Vivemos e vivenciamos uma necessidade desenfreada de consumir, de competir, de conquistar e de possuir. Não há regras, não há princípios, não há ponderação. Só há a ganância, a necessidade de lucrar a qualquer custo, sem olhar quem está ao lado ou quem está “abaixo”. Há a necessidade de vencê-lo, de ser melhor que ele. Conquistar o prêmio só para mim, sem medir conseqüências, importando apenas a vantagem de estar acima dos outros.
          Por que uma empresa criaria qualquer projeto social pelo simples fato de ajudar aqueles que precisam? É muito mais interessante projetar qualquer coisa que traga retorno para a imagem da empresa, fazer muita propaganda disso, elevar o valor das ações na Bolsa de valores e lucrar cada vez mais, enquanto os funcionários trabalham até a exaustão, em troca de um salário miserável e um plano de saúde (quando há) para tentar dar o mínimo de segurança e conforto à sua família, em troca de não ver seus filhos crescerem...
Respeitar a legislação do meu País? Por quê? O que se ganha com isso? É tão mais simples “dar um jeitinho”... ou tentar ganhar um dinheirinho extra...
          Honra? Quem tem honra são os Samurais japoneses, não são?. Ahh, mas não existem mais Samurais como antigamente!!! Então são os Klingons da série Jornada nas Estrelas (Star Trek)?. Mas é ficção científica, então não conta.
Assim como o artista, eu também tenho vergonha. Tenho vergonha do medo que sinto ao andar nas ruas, medo de deixar meus filhos brincar a vontade, assim como eu brincava na minha infância. Tenho vergonha da minha indiferença diante da falta de caráter de alguns que deveriam estar protegendo nossas Leis e cumprindo-as.
          Eu, em minha grande ignorância, tenho vergonha por não consiguir conceber essa ganância arrasadora, essa competição destrutiva que assola as pessoas. Por que eu tenho que me esforçar tanto, lutar tanto para ser melhor que meu colega de trabalho, o melhor aluno da sala, a melhor empresa? Por que ao invés de usar “melhor do que ele” não uso “melhor junto com ele”? Por que precisa ser “vantajoso para mim”, e não “vantajoso para nós”? Por que tudo precisa ser tão urgente, tão rápido? Por que não damos valor aos detalhes de nossa breve existência?
          Por que um atleta precisar treinar além dos limites de corpo, praticar com dores, só para ostentar uma medalha dourada no peito? O esporte não era um ato de diversão e beleza?
Será que essa necessidade de vencer e ter vantagem em tudo está registrada em nosso código genético? Faz parte do processo evolutivo de nossa espécie, sempre manter os mais “fortes” prosperando e eliminar os mais fracos?
          Mas e o livre arbítrio, a capacidade de raciocínio e compreensão, que nos foi dado gentilmente para usá-lo, acredito, coerentemente?
Estamos destruindo tudo a nossa volta e se continuarmos, nossa espécie não conseguirá nem cumprir seu “papel evolutivo”.!
Apesar desse caos todo, eu ainda acredito que há uma luz no fim do túnel!
          Eu acredito em honra, acredito em respeito e acredito no valor da Palavra. E acredito, também, que ainda há homens que entendam o verdadeiro significado desses termos. E quanto a isso, eu não sinto vergonha...
Acredito na palavra dita por homens que ainda conhecem a Honra e acredito na Palavra deixada por ELE.
          Acredito que ainda existam pessoas quem não querem ser melhores que os outros, querem sem melhores COM os outros. Que querem prosperar junto com seu próximo. Que querem que sua alegria seja a alegria de todos.
Uma batalha dura, mas que não desanima aqueles firmes de espírito e com a paz no coração.
Precisamos, sim, trabalhar muito, mas não para o proveito de alguns. Trabalhar para todos e por todos.
          Temos que vencer. Vencer a ignorância e lucrar com a Nação, sendo os melhores na solidariedade e na divulgação do conhecimento, do saber.
Temos que buscar o melhor de cada um, a facilidade que cada um tem com determinado labor, determinado conhecimento e uni-los numa grande “força- tarefa”, e lutar contra a injustiça, contra a prepotência, contra a maldade.
         E quem sabe, um dia, conquistarmos, todos juntos, o pódio da prosperidade, da harmonia, da paz, da iluminação.
          Às vezes, sinto vergonha de achar que isso é só o devaneio de um grande ignorante, sonhando com um mundo utópico. Mas, às vezes, também sinto alegria de pensar que se tivermos vontade, sincera e simples, esse mundo utópico será possível...
 

Inspirado na poesia Sinto vergonha de mim – Rui Barbosa.
 
Muito obrigado.
Alexandre.